terça-feira, 27 de julho de 2010

Emoções - Parte 2



Meu final de semana foi agitado. Há algum tempo isso não acontecia.

No sábado fui no Mary Pop, um barzinho no Centro de São Paulo, que toca flashbacks dos anos 70, 80 e 90. Dancei pra caramba e tive muitas lembranças da época em que ia nos bailinhos nas casas das amigas e cada música tinha um passinho específico. Como era boa essa época!!! Não trabalhava, não tinha preocupações, dores de cabeça... Só precisava pensar em estudar para ter notas boas e, é claro, ter as paixões platônicas, que eram comuns a todas as garotas daquela idade.

Nunca tive aquela vontade de "não vejo a hora de ter 18 anos". Eu gostava daquela vida. Eu era mais feliz, me divertia muito mais e, o melhor, não sofria por amor, apenas sonhava com aquele carinha que eu "tava a fim". Isso sim é que era viver no Mundo da Lua.

No domingo, fui no Teatro Dias Gomes, assistir Noturno Cadeirante.

O Noturno mesmo já existe há 18 anos. Este segmento para cadeirantes é mais recente, 7 anos, mas é a primeira vez que assisto.

Os amigos que foram comigo me ajudaram a alegrar a noite. Deixaram-na 100% divertida. Na verdade, é a primeira vez que saio com eles para um evento desse tipo e descobri algumas afinidades entre nós três e que me deixou muito feliz.

E o Noturno... É algo inexplicável a paixão que sinto por essa peça!!! Parece mágica. Quando apagam-se as luzes e uma das atrizes começa a cantar "Criaturas da Noite", me arrepio toda e não me seguro: canto junto ("Eu tenho medo de ver, as criaturas da noite. Estátuas sem rosto me olhando eu já vi, as criaturas da noite. O noturno véu. Porcelana, lua de luz violeta, brilha de néon no céu. Porcelana, lua de luz violeta. Eu tenho medo de ver, as criaturas da noite..."). Essa e todas as outras músicas. É incontrolável. Não consigo parar de cantar e de fazer os gestos correspondentes de cada música. Como também sei o texto de cor, acompanho todas as falas, mas nesse momento consigo me controlar a ponto de apenas mexer os lábios.

“Pelo amor de Deus, só me abandone de noite
Se quiser viajar sem mim, se ficar louca por outra pessoa,
Ou até se quiser visitar sua família e não me levar,
Vá de noite.
Nunca, mas nunca mesmo me deixe de dia.
Não vá me expor há um só segundo aos camelôs gritando,
Ao sol a pino,
À modernidade clara.
Fica comigo mesmo sem querer só até às seis da tarde.
Não me deixe sozinho com as mulheres gordas no supermercado,
Os senadores atrasados, as lanchonetes rapidinhas.
Agora, de noite, pode ir.
Eu e os meus fantasmas, apesar de saudosos,
Sobreviveremos à sua falta.
Noturnos.
Assim seja!”

Nesta versão, uma surpresa: não tem a "Canção da Lavoura". Trocaram por outra música do Oswaldo Montenegro que não sei o nome. Acredito que seja por causa da adaptação para os cadeirantes, mas só vou descobrir mesmo em outubro, época da temporada do Noturno tradicional.

E a cena do restaurante... "Você tem dinheiro para pagar tudo isso aqui?". Que saudade de quando eu e o Ru brincávamos com essa pergunta... E como foi divertido a adaptação, com o garçom japonês. Sinceramente, foi hilária a parte em que ele fica bravo e fala em japonês. A maioria das pessoas não entenderam, mas garanto que eu sei o que ele falou, mas é melhor não escrever...

Final de semana agitado, diferente e de descobertas.
Final de semana repleto de boas e saudosas lembranças.
Final de semana de muitas emoções.

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